quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Encontro num conto...


Ela estava ali naquele lugar de sempre pensando em nada, quando ele despertou sua atenção. Ela olhou, afinal, o tipo era daqueles que transborda testosterona. Sorridente e seguro de si, cumprimentou a roda de amigos. Cordialmente se apresentou a ela e sentou-se na cadeira ao seu lado. Não era a única vazia, mas pareceu que ele escolheu sentar ali. Entre um assunto e outro da roda, identificaram alguns em comum, então a conversa limitou-se aos dois. De conversa fácil, ela parecia se interessar por tudo que ele dizia, mas na verdade nem ouvia o que ele falava. Estava pensando apenas em como ele seria em outro lugar. Em alguns momentos se cobrava: ‘nossa será que estou dando na cara? Melhor disfarçar!’. Mas já era tarde, ele já tinha notado ela. Entre um olhar e outro, não demorou muito para que as intensões ficassem mais óbvias. Trocaram telefones e logo ele estava na porta da casa dela. Por horas ficaram ali conversando sobre tudo, qualquer assunto rendia pontos de vista, ela notou inteligência em meio aos braços de veias em relevo, traços, curvas e boca rosada. A cara de sono era muito encantadora, principalmente quando despertou num beijo daqueles, como se diz mesmo? Caliente! Mãos e peitos com corações acelerados entre uma batida e outra, amassos. Ele brincava de tocá-la, na tentativa de encontrar seu ponto fraco. O toque daquelas mãos firmes e ao mesmo tempo delicadas, lia seu corpo com toda habilidade e desvendava onde estava o seu ápice. As mãos dela procuraram caminhos e encontraram marcas, isso lhe pareceu excitante. Desenhava naquelas formas com seus dedos, indicando o que desejava.  Estava público demais o portão dela. Ele a olhava com cara de quem encontrara algo certo na hora errada, ela sabia que era algo errado, mas na hora certa. Cada qual com seu pensamento de tempo, mas naquele momento pensavam uma coisa só. Ela há tanto contida, achou que deveria e ele tão incontido a desejou. As unhas dela riscavam suas costas largas e o suor exalava o perfume dele. Nenhum tempo era importante, nenhuma inteligência necessária, não foi preciso dizer nada. O silêncio apenas se rompeu quando o sol iluminou a cena. Se olharam e despediram-se. Ela voltou para sua busca e ele voltou para o tempo que julgava importante, mesmo que passado. Ele ligou, mas a sede de ambos não cabia mais, ela não se prenderia.
O certo na hora errada...



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